O Setembro Amarelo é o mês nacional de prevenção ao suicídio. Em virtude disso, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) realizou, nessa quarta-feira (28), um encontro para debater questões em torno do tema: “Toda Vida Importa”.
A palestra foi mediada pela Coordenadora da Saúde Mental do município, Fernanda Cesáro e pela enfermeira, Bruna Engelman, que ressaltaram a importância da realização deste evento. O encontro contou com a participação do psicólogo, Milton Cazassa, dos psiquiatras, João Guilherme L. Schnorr e Túlio Peruchi e da estagiária em Psicologia, Marinês Assmann, que participaram de duas mesas de debates.
O evento iniciou de forma musical. O psiquiatra Túlio Peruchi interpretou a canção “Ânima”, dos Tribalistas. Em seguida, a primeira mesa abordou o tema: “Quando a vida perde sentido: enfrentamentos e desafios aos profissionais de saúde”. Os palestrantes foram o Psiquiatra, João Guilherme L. Schnorr e o Psicólogo, Milton Cazassa.
“A prevenção para quem trabalha com a saúde é tratar, adequadamente, transtornos como depressão, transtornos de bipolaridade, transtorno de uso de substâncias, esquizofrenia e os transtornos de personalidade. (...) Neste ano, estima-se que 800 mil pessoas vão tirar a própria vida. O Rio Grande do Sul é o estado com maior taxa de suicídio no Brasil e uma das maiores do mundo. Na Bahia, se mata quatro vezes menos que aqui”. - Psiquiatra João Guilherme L. Schnorr
O Psicólogo, Milton Cazassa, destaca os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde. “Parece que o principal caminho que temos de prevenção se baseia no encontro. Vivemos em constante busca de saúde, de boas relações, de crescimento. Sempre buscamos encontrar algo positivo. (...) Então, proporcionar encontros de qualidade, com profissionalismo, presença, inteireza e acolhimento, é o primeiro grande desafio dos profissionais de saúde em seus atendimentos e, também, para todos aqueles que entendem que tem uma missão, uma participação na vida social, coletiva ou familiar”.
A mesa número dois, composta pela estagiária em Psicologia, Marinês Assmann e pelo psiquiatra, Túlio Peruchi debateu sobre: “Crise suicida: como abordar, identificar e manejar a crise”.
“O suicídio hoje é um problema de saúde pública e a Organização Mundial da Saúde (OMS) tem adotado protocolos ante ao crescimento significativo na última década. Há dados nos mostrando que na última década, nas Américas, houve um incremento de mais de 40% nos índices de suicídio. Mas por que a dimensão do problema no mundo é importante? Para orientar nossas ações em relação a estratégias individuais e coletivas, porque embora a crise suicida seja um fenômeno que atinge o indivíduo, o suicídio como problema de saúde pública impacta toda a sociedade e o núcleo familiar”. - Estagiária em Psicologia Marinês Assmann
“Falar sobre suicídio de uma forma como a qual estamos fazendo hoje, buscando métodos e meios de compreender o que acontece diminui as taxas de suicídio. (...) O sexo masculino realmente se suicida mais, ainda que nós tenhamos mais mulheres tentando cometer suicídio. Os homens tentam de maneira mais “eficaz”. (...) Um triste dado é que os médicos estão entre as profissões que mais se suicidam e em primeiro lugar os psiquiatras. O suicídio muitas vezes não é uma real vontade de morrer e sim aliviar um sofrimento que não está conseguindo ser resolvido”. - Psiquiatra Tulio Peruchi.
O evento foi encerrado após os palestrantes abrirem o encontro para debates e questionamentos das pessoas presentes.